Foi lançada na Netflix, nessa sexta-feira 15 de outubro, a terceira temporada da série You. As duas temporadas anteriores já tinham um formato pré-estabelecido e que, de fato, funcionava muito bem: Joe conhecia uma nova mulher, se via obcecado por ela e seu nível de envolvimento com a mesma crescia exponencialmente, até que chegasse ao completo caos. Agora, com uma trilha de corpos deixada para trás e o sucesso da série apenas se expandindo, You buscou reinvenção. E o melhor de tudo, conseguiu.

A terceira temporada começa em tropeços, demorando alguns episódios até que seu ritmo seja afirmado com clareza. Logo no primeiro episódio, o novo integrante da família é apresentado, e o público conhece Henry, o filho de Love e Joe. O casal se muda de Los Angeles para um recomeço num subúrbio rico e extravagante, e lá se envolvem em um drama novelesco com Natalie, uma vizinha que chama a atenção de Joe, e Theo, seu enteado, que se apaixona por Love.

A expectativa do desenrolar da obsessão de Joe por Natalie, como aconteceu anteriormente com Love e Beck, é quebrada com a sua morte logo no final do primeiro episódio. E, há então uma subversão de papéis entre Joe, que tenta se manter estável para ser um bom pai, e Love, que apresenta impulsividade e acomete os primeiros crimes da temporada.

Tudo acontece de maneira um tanto apressada, e os capítulos que se seguem tem um caráter meio filler, pois apesar de sustentarem a história principal no fundo, se atém em acontecimentos difusos e não tão relevantes para a trama.

É a partir do quinto episódio que a série realmente deslancha. A dinâmica entre Joe e Love contempla os problemas conjugais, a atração de Love por Theo, a investigação da morte de Natalie e o desenvolvimento de uma paixão de Joe por Marienne, sua chefe na biblioteca.

A série opta por abraçar, de fato, o seu lado trash e é daí que vem o seu triunfo. Essa temporada entrega cenas cômicas e saborosas de assistir, e a dinâmica envolvendo as inúmeras discussões de Love e Joe sobre sua relação em meio a momentos extremos são ao mesmo tempo hilárias, e desesperadoras. As atuações de Penn Badgleye Victoria Pedretti são sublimes e fazem com que os diálogos sejam ao mesmo tempo verossímeis, e completamente insanos.

Os últimos episódios, assim como nas outras temporadas, elevam a tensão ao máximo e prendem o espectador de maneiras divertidas, alternando-se entre a seriedade dos crimes e a comicidade de cenas absurdas. O desfecho é grandioso e a sequência final na qual toca Exile, canção de Taylor Swift e Bon Iver, é emocionante de uma forma controversa.

Em meio a tantas séries que optam pela jogada segura, You é um sopro de ar fresco na busca por reinvenção e mostra ao público ao que veio. Ao tirar o foco principal das obsessões de Joe e ao ampliar o arco das personagens, Penn Badgley e Victoria Pedretti provaram que são capazes de não só segurar a audiência, como entregar a ela muito além do imaginado. A quarta temporada ainda é um mistério, mas já aguardada com altas expectativas e um excelente histórico.

 

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