Um Lobo Entre Nós é a adaptação do “game” da ubisoft com o mesmo nome, o filme retrata a dinâmica proveniente do jogo muito popularizada pelo outro game “Among Us” de dedução social, a obra torna uma trama de mistério estilo “Os Sete suspeitos (1985)”. Uma comédia ácida e objetiva conduzida através da atmosfera de terror, a história é simples e conhecida no gênero, mas a narrativa consegue extrair o melhor da experiência que se propõe.
Um guarda-florestal Finn (Sam Richardson) chega na pacata e isolada cidade de Beaverfield se tornam refém de uma nevasca junto aos cidadãos da cidade e simultaneamente uma fera aflige e apavora os cidadãos, mas a pergunta circunda todos eles: têm um lobisomem?! Entre eles?
Em uma predominante dissolução da comédia que em primeiro momento é benéfico, é a base para a relação do casal de protagonistas cujo esbanja carisma seja pela graciosidade da carteira Cecily Moore (Milana Vayntrub) ou as sacadas precisas do guarda Finn, muito dos diálogos e interações que os dois tem no desenrolar da trama produzem uma funcionalidade dupla: para deixar o telespectador uma sensação de conforto ao fazer parte daquele universo onde os aspectos técnicos favorecem e em principal o ‘design’ de produção e como paralelo se situar no que se passa dentro daquela comunidade.
Mesmo em uma narrativa que abusa do superficial existem brechas para sutilezas, seja pela inteligência do roteiro em usar o desconhecimento do guarda para a carteira apresenta a cidade e deixar todos os conflitos explícitos para o público, mas, ao mesmo tempo que o enredo vai se desenrolando como uma comédia quase que política, ao tratar de temáticas pertinentes e atuais como ambientalismo, ele abusa da paciência de quem assiste ao falhar no controle do tempo dos acontecimentos, em diversos momentos existe a oportunidade para a rotina da cidade se aliar com o mistério subsequente, mas ao extrapolar na elaboração dessas temáticas o mistério subsequente fica em terceiro plano, quando finalmente ocorre a situação clímax do filme, muito do nosso envolvimento vem do carisma primário com a obra e não de sentirmos parte daquela dúvida e jogos de intrigas se formando, e o horror tão necessário para a imersão é resumido a uma direção fraca ao entregar o inexpressivo em variedade visual.
No núcleo desse clímax, onde se concentra o teor que dá titulo do filme, o embarque ao mistério é ineficiente e a diversão ainda é o ápice do longa, em uma situação que deveríamos estar junto a narrativa em uma preocupação no que ocorre estamos distraídos pela comédia, mas ao avançar das sequências surge desdobramentos criativos e inesperados, antes a direção perdera a força aqui ela encontra ela novamente em proporcionar uma escala de emoção e envolvimento esperado desde o primeiro ato.
Em cada cena é uma produção de quebra de expectativa ao teor do humor ou do horror, e no desfecho a pergunta sobre os lobisomens não importaram muito, o que ficou é se Sam Richardson terá mais projetos como esse, pois ele manda muito bem sendo um dos protagonistas mais irreverentes de 2021.
Não é o melhor exemplo da mescla entre gêneros tão distintos, mas com críticas ao cenário da sociedade atua embalado pela comédia situacional e choque culturais, Werewolves Within oferece diversão gratuita com um entretenimento momentâneo da melhor qualidade, principalmente se deixar passar batido um péssimo segundo ato.
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