A família perfeita não existe. Jean Paul Rouve nos evidencia com seu novo filme o retrato real e imperfeito das relações familiares, muitas vezes exteriorizada erroneamente em função do mundo de aparências em que estamos inseridos.
Lola é uma advogada de divórcios que possui dois irmãos: Pierre, que trabalha com demolição de edifícios e Benoit, dono de uma ótica. Embora diferentes, os três nutrem de uma relação distante que adquire uma crescente ao longo da trama diante de acontecimentos da vida.
O roteiro é marcado por singelos simbolismos que em situações cotidianas como o trabalho contextualizam e nos evidencia com o que cada irmão trabalha nos revelando suas personalidades que refletem em escolhas e atos diante de suas rotinas. Mais que isso, o roteiro nos traz um filme de relações, sejam elas em matrimônio, divórcio ou fraternais.
Com uma direção que beira o bom, mas não atinge o incrível, acompanhamos diversas cenas de reflexo à medida que vemos a crescente edificação da relação fraternal de Lola, Pierre e Benoit que diante das adversidades nos mostra uma rede de apoio. É preciso esforços, abrir mão de alguns (porém não todos) os ideais e olhar para o outro. Perceber os dizeres interiorizados como um pedido de ajuda.
Com um elenco onde a química é profunda, Lola e Seus Irmãos preenchem os espaços das relações nos proporcionando um filme repleto de assuntos fortes e intensos exibido de forma leve e cômica ao quebrar tabus e nos trazer a reflexão de “Para que serve a família?”
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