A primeira cena de Limiar resume tudo aquilo que veremos a seguir no longa: movimentos lentos de câmera, lindas paisagens e um personagem indecifrável. A obra é dirigida por Rouzbeh Akhbari e Felix Kalmenson. Conhecemos Arsen, um homem que está a procura de locações para o seu filme.
O que sabemos do que está produzindo? Muito pouco.
O que sabemos de seus amigos? Quase nada.
O que podemos entender sobre a história? Muito pouco.
Essas faltas de informações sabotam a narrativa? Não. Pelo contrário.
A direção de Akhbari e Kalmenson entende o espírito de Arsen. Não é à toa que na maioria das cenas a câmera acompanha os movimentos do protagonista, como um espectador. É uma forma de reforçar a curiosidade com os motivos do personagem ou para onde vai. O que será reforçado na última cena.
Pois o importante aqui é a atmosfera.
Toda a imensidão do vazio revelado é um fator da obra que mais desperta curiosidade. Porque quanto mais o personagem se aproxima das esplêndidas paisagens, mais complexa e estranha sua busca se torna. Arsen chega ao ponto de dirigir até determinado lugar, parar o carro, descer e ir até a entrada…para não entrar e voltar o caminho inteiro.
A procura de Arsen por um local para filmar pode ser confundida como uma busca de descobrir mais de si, uma vez que pouco sabemos sobre ele. São nesses locais que o protagonista busca estar consigo mesmo.
Por isso a última cena se torna tão potente: Arsen encontra o que queria. Paz? Tranquilidade? Não é possível dizer. A única afirmação é buscar sentir o que o imenso vazio, fotografado em um plano geral impactante, fez com o personagem: o abraçou.
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