King’s Man: a origem é uma celebração a própria franquia e sua mitologia, mas isso se torna uma bajulação fraca de uma referência muito recente para almejar alguma nostalgia, em uma história que antecede os eventos dos filmes anteriores ambientada na primeira guerra mundial falha em trazer deboche em uma paródia do gênero.

Com uma introdução flashback em um conflito civi, protagonizada por Duke de Oxford (Ralph Fiennes) em teoria é um desenvolvimento inicial da jornada de seu filho Conrad (Harris Dickson).

Porém, se torna um debate frágil em termos de diálogo ao longo dos desdobramentos narrativos, sobre proteção paterna e não tem dissolução além da necessidade de intervir no ritmo da história.

Através dos primeiros 40minutos de duração quase tudo se resume a uma seriedade enfadonha cujo a falta do deboche que tornou “Kingsman: Serviço Secreto (2015)” irreverente e interessante. Se não existe uma consciência do elemento paródia que não seja caricaturas como a de Rasputin (Rhys ifan) tudo é entediante, e a ação são migalhas de uma diversão prometida, pois a única criatividade está estabelecida dentro desse alicerce.

Quando se trata de lutas e sequências na guerra tudo é muito ousado, a montagem usa elementos do cenário para transições ou aborda uma semiótica por símbolos clássicos desse tema, mas ao seguir para o desenvolvimento dos núcleos é uma linha tênue entre o superficial e o cansativo.

A falta de empatia pelos personagens como Polly (Gemma Artemon) e (Shola) Dijmon Hounsou corrobora que a preocupação de criar elementos necessários para uma franquia e incorporar a mitologia, a necessidade desesperada de ter material para uma sequência prejudicou coisas cruciais como o ritmo, pois em falhar em ser uma linha do começo ao início e passear por diversos núcleos, torna a montagem uma grande apresentação de acontecimentos sem uma ligação entre eles de forma coesa.

Se não fosse pela interpretação de Ralph Fiennes como um “007” mais vintage e despojado, o conjunto da obra seria completamente alheio, ele consegue ser imponente em  um filme apoiado em tramas conhecidas do público para ter alguma ligação, mas o inevitável ocorre o sentimento de ter assistido uma preparação para algo maior mesmo que o que consumimos não seja nem um pouco convidativo.

 

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ESQUEÇA A MARVEL!

 

Graduando de Comunicação Social e Ciências Sociais, Intérprete de LIBRAS e cursado na AIC em Roteiro de Cinema e TV. Pai de duas crianças lindas, fã do Batman desde pirralho, cinéfilo amante de Kyoshi Kurosawa, Dario Argento e Guel Arraes.