Certamente você já se encontrou numa situação que determinaria o curso da sua vida onde precisaria tomar alguma decisão entre seguir este ou aquele caminho. Esse é o tema do novo drama de amadurecimento com pitadas de comédia romântica que chega essa semana na Netflix: Look Both Ways ou em sua versão brasileira, Como Seria Se…?

O longa conta com Direção de Wanuri Kahiu , Roteiro de April Prosser e Produção Executiva de Lili Reinhart que protagoniza o filme ao lado de Danny Ramirez. Lili interpreta duas versões de Natalie que após uma relação casual de poucas horas com seu amigo, Gabe, vomita muito no banheiro durante sua festa de formatura. Realiza um teste de gravidez, pois o enjoo pode ser fruto de um sushi ingerido numa loja de conveniência ou da noite com ele passada. O filme se desdobra em duas linhas do tempo que traduzem o E Se.

Ao acompanhar o desenvolvimento das duas versões paralelas pode-se sentir dificuldade, no início, pois há um sentimento de que enquanto estamos em um arco narrativo, o filme muda para nos mostrar o outro.

Essas mudanças, em princípio, tiram o espectador da narrativa como um corte seco, provocando uma conexão e desconexão no primeiro ato. A partir do segundo ato nos acostumamos e temos a percepção de uma forma mais coesa.

A jornada de Natalie é edificante. Simpatizamos com ambas as versões que por mais diferentes, mostram Natalie enfrentando dificuldades que envolvem o amor, o sucesso como ilustradora e o encontro de sua voz no mundo artístico. Muitos se identificarão com a dor do crescimento e a dificuldade em entrar no mercado.

O filme atinge o ponto alto com diálogos inteligentes que nos convidam à reflexão, como quando é dito que é preciso ser rico para ser artista; que é uma indústria difícil; e que tudo acontece muito rápido após acontecer muito devagar.

Como o sonho de Natalie é trabalhar no mercado de animação, o filme se diferencia nas suas transições de forma inteligente e criativa, utilizando sketchs-esboços que aproximam o público do universo visado pela protagonista.

Como Seria Se…? não se destaca como um filme bom ou ruim; atinge a medianidade. No entanto, faz um ótimo trabalho ao evitar quaisquer julgamentos sobre qual versão do mundo de Natalie é a certa ou a errada, a preferível ou não.

É reconfortante saber que no final Natalie vai ficar bem, não importa o que aconteça, pois ela tem familiares e amigos que vão estar presentes dando o apoio de que precisa, em ambas as versões.

 

 

 

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