Qualquer semelhança com Herbie ou “Titane” não é mera coincidência, até porque Carro Rei apresenta algumas similaridades interessantes (talvez mais um caso de “filmes irmãos”). A comparação com o longa francês dirigido pela Julia Ducournau até seria eficaz pela provocativa cena específica de relação inter orgânica entre carro e ser humano. No caso de Herbie seria por esse aspecto de colocar vida, sentimentos e personalidade em objetos inanimados.
Entretanto, o percurso da experiência é totalmente diferente.

 

Carro Rei (2021) é um caso aparte por se tratar de um thriller quando se relaciona com filmes de monstro o qual existem questões filosóficas sobre criação e criador e também por misturar com doses de ficção científica.

Além de ter uma abordagem muito forte ao tema do ambientalismo no discurso, o filme também nos induz a pensar sobre a relação máquina e homem. Isso faz com que a temática da obra se torne bem atual ao nos convidar repensar sobre nossa dependência a tecnologia.

Pois digo aqui que a evolução da tecnologia é condizente a evolução humano, mas os recursos e ferramentas podem ser usados tanto para facilitar rotinas diárias quanto para dizima uma população inteira.

Trago um exemplo ligeiramente bem extremista, porque é sobre essa visão que os autores queriam passar aos espectadores. Hoje somos afetados a todo momento aos algoritmos inteligentes capazes de identificar nossos gostos, emoções e desejos, e todas essas informações são captadas são usadas nos cooptar e nos satisfazer por um breve momento do dia.

No filme, Uno foi uma criança que nasceu dentro de um Fiat Uno e tem habilidades especiais que o possibilitam conversar com carros.  Após  criado na cidade uma lei que proíbe a circulação de carros com mais de 15 anos de existência, começam organizações para burlar as regras e começar uma luta.

Embora tenha uma falta de desdobramento nos relacionamento entre os personagens que surgem ao longo do filme, o suspense funciona a nível de nos prender. Destes personagens, o que fica bem evidente no filme é o “Zé Macaco”, interpretado pelo Matheus Nachtergaele – ator que interpretou grandes obras nacionais como “Cidade de Deus” e “O Auto da Compadecida”.

As atuações apresentam um grau de teatralidade e coincide muito bem com a proposta do gênero.

A direção de fotografia também um destaque bem interessante e se mostra bem marcante durante todo o longa. Ora temos o filtro “orange and blue” e ora prevalece tons azulados mesclado com verde musgo resultando em uma identidade estética muito bem colocado.

“Carro Rei” de Renata Pinheiro ( “Amor, Plástico e Barulho”)  é mais um filme que se enquadra numa leva de filmes mais subversivos que tentam inovar nas historias e com propostas disruptiva.

 

 

 

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