Um grupo de mercenários formado por Scott Ward (Dave Bautista) é contratado para entrar em Las Vegas para executar um roubo. Uma tarefa que parece simples, no entanto, a cidade está devastada por zumbis.

Zack Snyder, querendo ou não, é habilidoso em algumas técnicas que ajudam e são pertinentes neste projeto. O primeiro ato do filme é realizado de forma interessante e econômica. Temos um prelúdio competente que constrói toda a causa do desastre. E logo em seguida, a famosa síntese de imersão do diretor: música com clipagens nos contam tudo que precisamos saber para compreender o que aconteceu com a cidade, participação dos militares no conflito e uma dose de drama.

Snyder é um diretor que começou fazendo clipes musicais (Lizzy Borden, Peter Murphy, Morrissey e outros). Por isso ele sabe fazer resumos visuais que agregam a narrativa. Para Army of the Dead essa escolha é importante no que diz respeito a tornar o filme direcionado para o que mais importa: o conflito dos mercenários com os zumbis.

É claro que essa marca do diretor é vista em outros trabalhos, como Watchmen e 300.

E a fotografia registra um clima árido, seco e em uma atmosfera que não apela para escuridão plena. Há um perfeito equilíbrio entre glamour visual com as cores vistas durante toda projeção com a sensação de inferno que aquele local se tornou.

A recusa de abraçar glamourização é possível perceber pela escolha dos atores. Não há nenhum grande galã ou insistência em utilizar e fotografar mulheres sensuais (diga-se de passagem que grande parte dos anteriores não são tão famosos). O que retira qualquer sinal de apelação que grande parte dos filmes de blockbusters se utilizam.

Por outro lado, a direção torna monótona como a história é contada. O diretor opta por filmar quase o filme inteiro em plano e contra plano. O recurso mais básico do cinema e que gera um cansaço visual que enfraquece o diálogo. Veja-se por exemplo quando Scott está discutindo com a filha: o primeiro personagem fala, corta vai para a menina, corta retornando para o pai e assim se prolonga toda a história.

E a participação de Snyder no roteiro implica em problemas semelhantes aos já vistos em outras obras. No último ato o vilão do filme reúne um exército zumbi que estava em seu covil para atacar os mercenários. Nesse local tinham alguns reféns. Mesmo após o esvaziamento ordenado pelo líder, aqueles indivíduos (que não estavam presos) não cogitam tentar fugir do local em nenhum momento.

O roteiro ainda coloca cenas que contradizem a atmosfera da história, como o raso debate se seria “humano” ou não jogar uma bomba no local. Ao comentar isso, a sensação de urgência dos intrusos é enfraquecida sem serventia.  

Porém, Zack Snyder consegue ser mais competente em projetos simples que não envolvem subtexto filosófico ou religioso. No final, Army The Dead é uma música de heavy metal de oito minutos longe sem brilhantismo, mas com um refrão que garante empolgação e faz o ouvinte gritar.

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ELEMENTOS DO PRIMEIRO EPISÓDIO DE INVENCÍVEL

VISÃO GERAL
Avaliação
Pedro Amaro
Estudou cinema na escola Cinema Nosso e é formado em Estudos de Mídia. Roteirista, futuro diretor e colecionar de HQ. É editor chefe do Canal Claquete. Odeia arrogância no cinema.
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