À Segunda Vista, nova produção da Netflix, estreou em 23 de junho de 2021 e rapidamente conquistou espaço entre o top 10 da plataforma no Brasil. O filme conta a história de Andrea, interpretada pela famosa comediante Iliza Shlesinger numa trama cômica e semi-biográfica, que flerta com diversos gêneros cinematográficos.

Andrea é uma mulher de 34 anos, já estabelecida na comédia, que deseja agora se reinventar como atriz no cenário competitivo de uma Hollywood abarrotada de novos talentos. Após uma audição fracassada, Andrea conhece Dennis, o passageiro que ocupa a poltrona ao seu lado no avião, num meet cute agradável e inegavelmente clichê.

Ao longo do filme, Andrea engata numa amizade com Dennis, até que dela irrompe um romance um tanto sem química. Logo, a protagonista descobre que o namorado parece mentir sobre tudo em sua vida e surge na obra o tom de suspense que relembra produções grandiosas como Garota Exemplar, Antes de Dormir e A Garota no Trem.

A partir daí, a história se desenrola para acontecimentos que subvertem o que se conhece nas comedias românticas e busca reinvenção. Porém, o grande problema de À Segunda Vista, é como o filme almeja tantos diferenciais que acaba por cair na trivialidade. O longa-metragem navega entre um romance água com açúcar, um suspense mal desenvolvido e uma comédia trash que quase alcança a dose certa. A ambição da diretora Kimmy Gatewood é admirável, mas faz com que a trama desmorone num limbo confuso e mal desenvolvido.

É fato que o filme tem ótimos momentos, em especial as cenas que brincam com um quase sequestro e personagens como as colegas de quarto de Dennis, interpretadas por Rebecca Delgado Smith e Kimia Behpoornia, e o primo médico de Andrea, interpretado por Matt McGorry. A protagonista com certeza também merece destaque, e o ritmo cômico que Andrea estabelece ao longo da obra é refrescante sem nunca deslizar. No fim, À Segunda Vista é um filme mediano, resultante de um projeto de potencial mais ousado e surpreendente.

A sinopse atraente foi o que o colocou no topo das paradas da plataforma, mas deixa o questionamento de até onde o filme foi realmente capaz de agradar o grande público. A expectativa de um clichê gostoso é quebrada em prol de uma tentativa de inovação, que cai por terra e faz com que o espectador termine o filme de mãos vazias. Entretanto, esse é apenas o começo e deixa a certeza de que a ambição de Kimmy Gatewood ainda a levará a lugares maiores e muito mais proveitosos.

 

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