Along For The Ride, traduzido para A Caminho do Verão, é a adaptação da obra da renomada autora, Sarah Dessen. Produzido pela Netflix e lançado nesta sexta-feira (07), o filme acompanha Auden no seu último verão antes que a faculdade comece. A protagonista passa esses três meses em Colby, uma cidadezinha à beira-mar onde moram seu pai e sua madrasta, e busca deixar para trás sua personalidade retraída do colegial e se tornar mais aberta a novas possibilidades.
A ideia de um coming of age baseado numa obra literária de sucesso é sempre animadora. O gênero, que geralmente aborda a passagem da adolescência para a fase adulta e o amadurecimento, conquista públicos de todas as faixas etárias e esteve um tanto em falta na plataforma da Netflix nos últimos tempos. Porém, Along For The Ride decepciona ao entregar uma protagonista esquecível e ritos de passagem que fogem da naturalidade que advém da juventude.
Auden é interpretada por Emma Pasarow, e a falta de carisma de ambas a protagonista e a atriz fazem com que seja difícil se apegar aos conflitos da personagem. Em razão de sua personalidade excêntrica, ela sente que não aproveitou o ensino médio o suficiente e procura novas amizades e experiências nesse último período que antecede a universidade.
Auden é apática e distante e isso atrapalha não só seu desenvolvimento pessoal, como a trajetória do romance condutor da trama. Seu par romântico, Eli (Belmont Cameli), até tenta carregar a química do casal sozinho, mas a ausência de interações importantes entre os dois ao longo do filme e de momentos e diálogos minimamente verossímeis fazem com que seja doloroso assistir algumas cenas.
Quem brilha no filme, entretanto, são as personagens secundárias Maggie, a melhor amiga, e Heidi, a madrasta. Laura Kariuki, a atriz de Maggie, é tão magnética que sua simples aparição torna o filme menos sofrível, e deixa a expectativa de ser vista em futuras produções da plataforma. Outro destaque são as músicas pop que elevam a docilidade da trama e os conflitos de casamento e maternidade que aparecem ao fundo, em razão de Heidi e do pai de Auden.
Along For The Ride só serve para que sintamos saudades de clássicos como As Vantagens de Ser Invisível, Quase Famosos e Curtindo a Vida Adoidado. Falta no filme a essência da adolescência verdadeira, das consequências dramáticas de atos impensados, de paixões velozes e intensas, amizades desfeitas e ciclos que se encerram. É uma obra retraída, que não se arrisca, e por isso, não chega a alcançar nada.
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